Você lerá este artigo no máximo em 3 minutos
A síndrome mão-pé e boca é uma doença viral que pode acometer indivíduos de todas as idades embora seja mais frequente em crianças menos de 5 anos de idade que podem apresentar casos mais graves da doença.
Ela possui alto contágio, além 3 tipos de vírus causadores. Normalmente dura aproximadamente uma semana e possui fácil recuperação, mas há poucos relatos de evoluções grave e óbitos.
Transmissão da doença
O vírus é transmitido diretamente por via oral-fecal, oral-oral ou pelo contato com gotículas de saliva do indivíduo infectado. Além disso, também pode ocorrer transmissão indireta ao entrar em contato com objetos ou superfícies contaminadas.
A infecção pode ocorrer dias antes das primeiras manifestações dos sintomas pelo vírus possuir um período de incubação de aproximadamente 3 a 7 dias, sendo a primeira semana do início dos sintomas o período de maior transmissibilidade da infecção. Ele também pode continuar presente nas secreções do indivíduo contaminado por até 8 semanas nas fezes e por até 2 semanas nas secreções mucosas.
Sintomas
A doença mão-pé e boca é autolimitada, ou seja, é divida em três fases que marcam seu início, meio e fim. Na primeira fase, é comum sintomas como febre, diarreia, dor na hora de engolir alimentos, prostração e vômitos.
Já na fase intermediária, ocorre o surgimento de manchas avermelhadas na região das mãos e dos pés, inclusive nas palmas e nas plantas, assim como lesões na região da boca e da garganta que costumam ser muito dolorosas, podendo levar a desidratação por dificultar a ingestão de líquidos e de alimentos. Essas lesões tendem a persistir de 7 a 10 dias. Em alguns casos, essas bolhas podem surgir em outras regiões, como joelhos, dorso das mãos e dos pés, e cotovelos.
Na última fase, o indivíduo ainda pode apresentar sinais de prostração. Outro sintoma comum é a onicomadese, que consiste no deslocamento indolor da unha e pode acontecer entre três a oito semanas após a infecção aguda e a recuperação total da unha em até dois meses sem a necessidade de tratamento.
Em crianças menores de 5 anos, pode ocorrer a manifestação mais grave da doença que afeta o sistema nervoso central, sendo os principais sinais a taquipenia, a hipertensão arterial, hiperglicemia, sudorese fria e pele moteada, que consiste em uma coloração desigual com áreas mais claras e outras mais escuras.
A gravidade da doença está diretamente ligada com a quantidade de vírus a qual o indivíduo foi exposto. Dessa forma, adultos também podem ser infectados se entrarem em contato com uma carga de vírus intensa.
Tratamento
O tratamento da doença mão-pé e boca é baseada na redução do desconforto dos sintomas, como o uso de analgésicos, antitérmicos e hidratação, além do isolamento social do indivíduo infectado.
Uma droga antiviral que combata diretamente o causador da doença ainda não foi desenvolvida, assim como também não há pomadas específicas para as lesões presentes na pele. Por isso, o tratamento visa a redução dos sintomas, sendo frequentemente utilizados antitérmicos, analgésicos e pomadas para aftas que atuam na redução da dor causada pelas lesões na mucosa oral. Em caso de sintomas relacionados ao sistema nervoso ou lesões extensas, é recomendado a internação para que a alimentação ocorra por via sonda.
Como evitar a contaminação da Doença mão-pé e boca?
O principal método para evitar a contaminação é a prevenção, que consiste em medidas de higiene e cuidado na hora da troca de fraldas e a lavagem de mãos frequentes, além de higienizar objetos que possam estar contaminados.
A criança infectada deve ficar afastada de grandes aglomerações e da escola durante o período de infecção, evitando também beijos e abraços.
Ainda não existe uma vacina para esse vírus, apesar de estar em estudo em alguns países asiáticos.
Escrito por Daniela Cruz, estudante de medicina da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
Veja nosso webstory desta reportagem.