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O vírus gripal H3N2 é um subtipo do vírus Influenza A, sendo responsável por surtos da doença em certas épocas do ano. Ele possui fácil contágio, o que facilita sua característica epidêmica, principalmente no período de abril a setembro, sendo mais frequente na população jovem, porém possui maior letalidade em idosos e pessoas com doenças crônicas pré-existentes.
Transmissão da Gripe H3N2
O contágio desse vírus ocorre pelo contato direto entre pessoas, por meio de aerossóis da tosse e do espirro, ou com objetos contaminados recentemente por secreções das vias respiratórias. O período de incubação pode variar de 1 a 5 dias, sendo transmissível, em adultos, 24h antes do início dos sintomas e até 7 dias após, enquanto em crianças o vírus se mantém transmissível até 10 dias após o início dos sintomas, sendo o período de maior risco de contágio quando há sintomas. É comum que os indivíduos que residem na mesma casa fiquem doente ao mesmo tempo.
Prevenção da doença
Por ser um vírus transmitido por secreções de vias aéreas, é recomendado o uso de máscara, a lavagem frequente de mãos e o distanciamento físico, evitando beijos e abraços. Além disso, a vacina contra a Influenza abarca a imunidade contra essa variante e está disponível nos postos de saúde.
As medidas de prevenção são importantes também para evitar a circulação do vírus e consequente formação de novas cepas, visto que sua transmissibilidade contribui para a mutação.
Sintomas
Os sintomas causados pela Influenza A (H1N1, H2N2, H3N2) possuem similaridade. Os mais comuns são tosse seca, febre, calafrios, dor de garganta, dores musculares (mialgia), congestão nasal ou coriza, falta de apetite e dor de cabeça. A febre tem início súbito, com pico nas primeiras 24h e duração de 1 a 3 dias, podendo atingir entre 38 e 40 ºC , sendo esse o principal sintoma característico da doença. Os demais sintomas podem desaparecer entre 3 e 7 dias, apesar da tosse e da fadiga persistirem por uma a duas semanas. Em crianças, podem ser observados diarreia e dor abdominal em associação com os sintomas respiratórios. Em ambos os grupos as consequências costumam ser moderadas. Os principais sinais de gravidade são a persistência da febre por mais de 3 dias, desconforto respiratório, mialgia intensa e piora das doenças pré-existentes.
Idosos e indivíduos portadores de doenças crônicas podem desencadear pneumonia viral e bacteriana secundária, além do agravo de condições pré-existentes e possível necessidade de hospitalização em decorrência da complicação do vírus da gripe H3N2 ou pelas consequências geradas por ele. Nesses grupos, a fadiga pode persistir por várias semanas.
A Síndrome Gripal pode evoluir para uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) caso o paciente sinta desconforto respiratório, pressão constante na região toráxica ou saturação de oxigênio menor que 95%.
Nem todos os indivíduos contagiados com gripe H3N2 apresentam sintomas, mas isso não impede a transmissão do vírus. Aqueles que tiveram contato com pessoas infectadas devem manter as medidas de prevenção como o uso de máscara e a lavagem frequente das mãos.
Tratamento da Gripe
O tratamento é realizado a partir dos sintomas, com antitérmicos, analgésicos e, em alguns casos, com antivirais. É recomendado o repouso por 7 dias ou até 24h após sentir-se assintomático, além da ingestão de líquido para manter a hidratação das vias aéreas, cerca de 2L a mais do habitual. Para essa hidratação também é recomendado a nebulização com água ou soro.
Se houver sensação de melhora seguida de febre ou aumento da tosse, o médico deve ser procurado novamente. No caso de crianças que apresentam febre maior que 38,5 ºC, tosse e agravo dos sintomas gastrointestinais, é recomendado procurar atendimento médico mais rápido para evitar maiores complicações.
Escrito por Daniela Cruz, estudante de medicina da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
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