Remédio para Febre - Dúvidas sobre remédios para febre em crianças ou adultos

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A febre é a reação do corpo a alguma desordem não sendo, necessariamente, algo maléfico. A temperatura normal do corpo tende a variar, sendo o padrão entre 36 e 37,2, mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde e a noite. Algumas condições naturais do corpo podem alterar essa temperatura sem prejudicar o organismo, como após a ovulação, no primeiro trimestre da gravidez e excesso de atividade física em que ocorre uma pequena elevação da temperatura.

Qual temperatura é considerada febre?

-Febrícula: de 37,3 a 37,8
-Febre: acima de 37,8
-Febre alta: a partir de 39

Como aferir a temperatura?

Se houver suor, enxugue a axila, coloque o termômetro e mantenha o braço firme junto a lateral do corpo por quatro minutos. Em dias muitos quentes, repita o processo logo após a retirada do termômetro.

No caso de febre recorrente, anote a temperatura e o horário para que isso possa facilitar o diagnóstico da causa da febre por existirem doenças que causam picos de febre em ciclos de tempo específicos.

No caso de crianças, as chupetas temperatura-sensíveis não são recomendadas por não serem eficientes.

Tratamento para febre

A febre deve ser tratada como sintoma e não como doença. Existem diversas causas para esse sintoma, sendo a mais comum as viroses que são doenças com tempo de duração curto e a febre causada por elas duram cerca de 3 dias e o próprio organismo consegue combater, sem necessidade de tratamentos específicos além de repouso e hidratação.

Esse sintoma pode desencadear novas sensações, como calafrios, tremedeira, dores musculares, apatia, irritabilidade e perda de apetite. Por isso, é importante que o indivíduo beba bastante líquido para evitar a desidratação que causa a intensificação desse quadro e aumento da febre. A alimentação, principalmente em crianças, não deve ser forçada e deve ser oferecido apenas o que o indivíduo aceita melhor de acordo com as possibilidades.

O uso de antitérmicos deve ser feito com cuidado, principalmente quando não se sabe a doença base. O uso de AAS (ácido acetilsalicílico) em casos de dengue e determinadas doenças virais em crianças é contraindicado, podendo agravar o quadro. O medicamento deve ser usado quando a febre causa mal-estar intenso e não há sintomas que indicam a necessidade de procurar ajuda hospitalar e se a febre persistir, essa ajuda também deve ser buscada.

O uso de compressas com álcool ou banho de imersão junto com essa substância é contraindicado, principalmente em crianças, pelo risco de absorção ou inalação do álcool e consequente risco de intoxicação.

 
Compressas e banhos de água fria não são eficientes e causam desconforto desnecessário ao indivíduo. O mais recomendando nesse caso é o banho de água morna durante 10 a 20 minutos com a água esfriando lentamente, se ajudar a aliviar o mal-estar. Essa técnica sozinha não ajuda a melhorar o quadro febril e deve ser associada ao uso de antitérmico. Banhos gelados podem causar calafrios e tremores que podem causar aumento da temperatura corporal.

Em crianças, a febre pode causar convulsão se surgir de forma rápida e intensa em crianças entre seis meses e três anos, mas não acarretam lesão no cérebro. No caso de crianças com mais de 1 ano que já apresentaram febre acima de 38,7 e não sofreram convulsão isso dificilmente ocorrerá.

Quais sintomas e temperaturas são alarmantes?

Em bebês

• Com menos de três meses: acima de 37,5;
• Com mais de três meses: superior a 39 ou se a febre for acompanhada por irritabilidade excessiva e por choro persistente;
• Entre três meses e dois anos: se durar mais de um dia, associada a dor de cabeça, apatia, sonolência e dificuldade para falar;
• Em qualquer idade;
• Sensibilidade à luz;
• Dor na nuca ao curvar a cabeça;
• Dor de cabeça intensa e persistente;
• Vômitos frequentes;
• Dor no peito e dificuldade para respirar;
• Dor ao urinar;
• Confusão mental;
• Dor de garganta que impede a alimentação.

Lembre-se que antes de tomar qualquer decisão ou remédios um médico deve ser consultado.

Escrito por Daniela Cruz, estudante de medicina da Faculdade de Medicina de Petrópolis.

Bibliografia
Murahovschi, Jayme. "A criança com febre no consultório." Jornal de Pediatria 79 (2003): S55-S64.