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“Tem se comprovado nos últimos anos, cada vez mais, tanto em crianças ou adolescentes quanto em adultos, que dormir pouco tem suas consequências. E uma delas é o ganho de peso”, destaca a especialista em Medicina do Sono e pesquisadora do Instituto do Sono, Érika Treptow.E ainda acrescentou:
“Um dos motivos [para o ganho de peso] é que a gente desregula o organismo. Algumas substâncias começam a ser produzidas de maneira que não é o normal. Por exemplo, há uma substância chamada grelina, que está associada à vontade de comer, e ela aumenta bastante [com a falta de sono]. Apenas uma noite que a gente dorme pouco já é o suficiente para aumentar essa substância”, afirma.Além do aumento da grelina, a falta de sono pode reduzir a produção de leptina, que é o hormônio associado à saciedade, diz a pesquisadora. Um estudo publicado em 2022 na revista científica JAMA Internal Medicine, mostrou que um aumento de 90 minutos de sono por noite é capaz de reduzir a ingestão calórica diária em 270 Kcal, o que, a longo prazo, pode levar a uma perda significativa. de peso.
Segundo a pesquisadora, a falta de sono também encurta o jejum que ocorre quando o corpo está dormindo. "Quem dorme menos tem mais tempo, mais oportunidades e mais horas para comer. A falta de sono também é muito cansada, então a pessoa tem mais dificuldade em se exercitar, por exemplo."
Mas não é somente a falta de sono que acaba por gerar ganho de peso. O contrário também pode ocorrer. De acordo com Treptow, o excesso de gordura pode atrapalhar o sono. “Quando a gente ganha muito peso, principalmente dependendo do local onde esse peso se acumula, há tendência ao ronco, à apneia do sono e a um sono de pior qualidade”.
Para melhorar o sono, a especialista recomenda, principalmente, a regularidade dos horários de dormir. “Nosso organismo funciona conforme um ritmo e esse ritmo é ditado, principalmente, pelo nosso horário de dormir, de levantar, pelo horário das nossas refeições e pela luminosidade que a gente recebe durante o dia”.
“Todas as células do organismo funcionam conforme esse ritmo. A partir do momento em que eu durmo a cada dia num horário diferente, essa saída do ritmo provoca maior chance de doenças”, ressalta.
Érika Treptow orienta as pessoas a não se alimentarem, ingerirem bebidas alcoólicas ou estimulantes em horário próximo ao de dormir. O indicado é realizar uma refeição leve no período noturno. “As pessoas não devem também levar os problemas para a cama. Uma dica que a gente dá é ter um diário de preocupações, onde a pessoa anota tudo aquilo com que está preocupada, é como se esvaziasse a cabeça e conseguisse ir pra cama dormir”.
Segundo a pesquisadora, outra dica importante é sair da cama caso a pessoa acorde no meio da noite e não consiga mais dormir. "Tome um copo d'água, vá ao banheiro e volte a dormir. Porque fritar na cama, dizem alguns, também reduz a chance de dormir bem." Um ambiente adequado também é recomendado. A sala deve ter pouca luz, pouco ruído, boa temperatura. "Isso, agora no verão, vemos como o sono dói."
Com informações da Agência Brasil.